21 agosto, 2011

O sonho seu vem dos lugares mais distantes, terras dos gigantes, super homem, super mosca
super carioca, super eu, super eu ...



Por todas as vezes que você lê até o que não compreende, por tudo o que você pensa e não diz e pelo que não sabe. Eu não sei ou acredito em nada que você reclama quando eu finjo que esqueço.
Você desaparece dos meus olhos e não se muda da minha cabeça nunca. E eu não quero, não quero,


não quero ir adiante com seus finais de tarde, sua flores.

14 agosto, 2011

Pai, ontem eu cheguei em casa e tinha uma mensagem sua no meu celular, depois de dias sem você me atender, li em alguns caracteres algo sobre seus habituais problemas com a Tereza e as crianças. Interessante como você culpa as crianças por teu descaso comigo, algo que eu já deveria ter me acostumado, ou não... Já que antes das crianças suas maiores desculpas esfarrapadas eram a vovó, as constantes brigas com a minha mãe. Eu não tenho mais 8 anos, pai, ir me buscar na escola, conversar comigo por 30 minutos e ir embora pra voltar em duas semanas nunca me fez feliz, um cheque seu todo mes não me ganha, pagar meus cartões, viagens, roupas, não faz de você alguém admirável. Tenho inúmeros defeitos e qualidades, como todo bom ser humano, mas eu cresci, pai, e te digo que hoje, aos 21, aprendi poucos ou nenhum com você. Minhas tias acham que esse meu lado meio ranzinza veio de você, quando reclamo: só posso ter puxado de você, quando sou grossa e estúpida: você, você... Você e todas essas coisas das quais eu me envergonho. O segundo domingo do mês de Agosto não te deixa mais especial, esses domingos só me lembram as esperas, inúteis, de que você tocasse a campainha, ou aquelas promessas ridículas de que você viria mais vezes, será que hoje você já se deu conta de que eu nunca acreditei naquilo? Mas que importância tem isso, não é, pai?
Vou te dizer de novo: Eu cresci e você nem tem mais porquê me mandar dinheiro todo mês, não precisa me pagar por ler seus erros (completamente e ironicamente justificáveis) via sms, não jogue a poeira pra debaixo do tapete como você sempre fez, não invente mais desculpas, você só engana a si mesmo com essa sua pseudo perfeição, daqui de onde estou vejo o quão insólito você é. Embora não pareça lendo tudo isso, eu não sinto raiva, sabe? Não aprendi, mesmo com essas coisas todas que você me apronta, a não gostar de você. A cada um sua escolhas, seus caminhos e curvas.
Eu sou humana e digna, pai, não perca a oportunidade de aprender comigo, de me mostrar alguém que eu não sei quem você é de verdade, talvez eu até me orgulhe de você qualquer dia desses, quando você cumprir seu papel na minha vida.

Por enquanto, ao segundo domingo de Agosto, eu só posso dizer uma coisa:

Feliz dia dos pais, mãe.



13 agosto, 2011

Estava me perdendo em outros abismos quando aconteceu, até agora me culpo um pouco pela distração, apesar de saber que, mesmo assim, você veio na hora certa, na hora exata, não é isso que dizem? Que é preciso não estar esperando? Agora leio entrelinhas no fundo dos teus olhos e você não compreende metade das coisas que escrevo, mal entende a minha letra, pode dizer, você não entende meus ''erres'', meus ''as'', logo os meus, eu que me esforço pra decifrar esse brilho nos teus olhos, que procuram outro par de olhos pra repousar essa alegria tão grande que vejo escapando de você quando você sorri, esse sorriso tão bonito, típico de quem chega mansinho e me faz, no meio de uma distração, passar  a esperar absolutamente tudo, escrever com vírgulas demais ou vírgulas de menos, entre metáforas e declarações escancaradas, mas, ainda assim, incompreensíveis pra tua história.


Você nunca vai saber da minha mania de me expor em palavras, que eu escrevo o tempo todo, em qualquer lugar. Muito menos que eu estou escrevendo sobre você neste exato momento. E não pense que é falta de consideração eu dividir tanto de mim com tanta gente e excluir você dessa minha segunda vida, porque há duas maneiras de saber o que eu não digo sobre mim: lendo nas entrelinhas dos meus textos e olhando nos meus olhos. E a segunda opção ninguém mais tem. 

09 agosto, 2011

Haveria de ser terno, então chegou de leve como um vento no rosto, um fim de noite, o pé na areia da praia. E haveria de ser novo, porque o sol já estava nascendo, mesmo com toda a bagunça dentro da cabeça, e o coração com a calma de quem só espera as cores da manhã e o calor. Aquele olhar mansinho pro lado, a promessa de sentar diante do infinito, a teimosia e a ternura de ver o amor chegar com o olhar de menina que é, tão menina que tudo que se quer é encostar a cabeça no ombro e esperar a beleza de um dia inteiro. Não saberia decodificar tudo que tinha em volta, era tão mágico e real e não podia ser mais real porque não haviam maçãs ou anões, torres ou dragões, só a princesa e um castelo.



...  Se as ondas
 desse mar não param de jogar
 você no meu olhar.